sábado, abril 28, 2007

Com o fim à vista

A rua de Trás vista do Largo dos Lóios, no Porto, hoje à noite, ainda há pouco.

Blur - No distance left to run

Etiquetas:

quinta-feira, abril 26, 2007

Estradas de papel

O Douro, o morro do Seminário e as pontes do comboio no Porto, vistos em Dezembro passado da Ponte do Infante.

Coldplay - Trouble

Nos caminhos de ferro dos barões é que eu juro não andar. Escusado é a jura, porém. Se as estradas fossem de papel, fá-las-iam, não digo que não. Mas de metal! Que tenha o governo juízo, que as faça de pedra, que pode, e viajaremos com muito prazer e com muita utilidade e proveito na nossa boa terra
Almeida Garrett (1843) Viagens na Minha Terra.

Etiquetas:

terça-feira, abril 24, 2007

Nascer numa ravina

As escadas do Codeçal, no Porto, em Fevereiro passado.

The Decemberists - Leslie Anne Levine

"(...) o Porto ergue-se em anfiteatro sobre o esteiro do Douro e reclina-se no seu leito de granito. Guardador de três províncias e tendo nas mãos as chaves dos haveres delas, o seu aspecto é severo e altivo, como o de mordomo de casa abastada. Mas não o julgueis antes de o tratar familiarmente. Não façais cabedal de certo modo áspero e rude que lhe haveis de notar; trazei-o à prova, e achar-lhe-eis um coração bom, generoso e leal. Rudeza e virtude são muitas vezes companheiras; e entre nós, degenerados netos do velho Portugal, talvez seja ele quem guarda ainda maior porção da desbaratada herança do antigo carácter português no que tinha bom, que era muito, e no que tinha mau, que não passava de algumas demasias de orgulho."
Alexandre Herculano (1851) Arras por Foro de Espanha.
_______________

Notas:
1 - Muitos parabéns pelo 3.º aniversário de "
A Baixa do Porto". 3 anos de discussão pedagógica sobre a minha cidade. Valeu (e continuará a valer) a pena, TAF!
2 - As frases escolhidas por FJV no
A origem das espécies do livro de João Pombeiro: "Pela Boca Morre o Peixe" são óptimas para percebermos como a memória pode ser um instrumento demolidor.
3 - Já o escrevi várias vezes. José Bandeira é genial.
Este cartoon é apenas mais um de uma longa lista de pérolas.
4 -
Este post é serviço público. Na próxima visita a Setúbal, já sei o que procurar. E logo eu que adoro pão de rala.
5 -
Deixa lá, Francisco. Neste momento, o dragão é imparável. Fiquem em segundo e dêem-nos uma outra alegria para além de sermos campeões...
6 -
Na mouche, Tiago!
7 - E para terminar, um elogio. O
Obvious foi das melhores descobertas dos últimos tempos. A visitar diariamente.

Etiquetas:

sábado, abril 21, 2007

Reedição

O Porto visto do Monte da Boa Viagem, junto à ponte da Arrábida, em Novembro passado.

Air - Playground love

"Depois deste sonho acordou enervado, transtornado, impotente nas mãos do demónio. Já não temia os olhares observadores das pessoas; era-lhe indiferente que lhes causasse suspeitas. Para mais, fugiam, partiam; inúmeras cabanas estavam abandonadas, na sala de jantar havia mais mesas vazias e na cidade já era raro ver-se um estrangeiro. A verdade parecia ter-se infiltrado e o pânico, apesar dos obstinados interesses, já não era controlável."
Thomas Mann (1912) A morte em Veneza

Etiquetas: ,

quinta-feira, abril 19, 2007

Regressar a casa

A Sé, o Vímara Peres e a antiga casa da câmara há um bom par de meses.

The Bluetones - Slight return

Etiquetas:

terça-feira, abril 17, 2007

Matar por reconhecimento

O fabuloso eixo Almadino num final de tarde de Fevereiro passado.

Radiohead - High and dry

O período dos Almadas corresponde no século XVIII e nas devidas proporções, ao que foram os períodos de D. João I e de D. Manuel I, para a urbanização do Porto nas respectivas épocas, especialmente se virmos que nos três referidos lapsos de tempo houve uma preocupação comum: a abertura de arruamentos que pudessem não só enobrecer a cidade, mas, sobretudo, que permitissem corresponder às suas necessidades funcionais acrescentadas pela própria evolução e crescente importância socio-económica.”
J. M. Pereira de Oliveira (1973) O espaço urbano do Porto (reedição para muito breve)

Etiquetas:

domingo, abril 15, 2007

Tudo parece perfeito, visto à distância

A alfândega e o Douro vistos por nós há um mês atrás na varanda das Virtudes.

The Postal Service - Such Great Heights

Centro de uma metrópole que, hoje em dia, ultrapassa o milhão de habitantes, o Porto nasceu alcandorado num soco granítico, junto a uma vertente escarpada no tramo final do Douro.
Dali, a partir de onde se coloca a Sé, a cidade do bispo cresceu graças ao comércio próspero, na união da via fluvial com a antiquíssima estrada Atlântica de origens romanas, que unia Olissipo a Bracara Augusta, e que tinha em Cale a sua última estação antes do destino.
As feiras medievais e a posição de porto fluvial e marítimo privilegiado ofereceram liderança económica à cidade, e papel fundamental enquanto centro de toda uma região, que se espraiava pelas margens do Douro e por todo o Minho. Junto ao rio, para lá dos montes e entre os socalcos da paisagem, o vinho do Porto atrairia mais tarde a comunidade inglesa para a cidade que, em comunhão com o povo duriense e com a determinação do Marquês de Pombal, acabariam por criar o produto que hoje é marca indelével da cidade.
A dinâmica de transportes do século de Camilo e de Eça, numa cidade modernizada pelos Almadas no século anterior, acabaria por incrementar esta ligação regional, possibilitando a chegada ao Porto de milhares de migrantes vindos precisamente do Minho e do Douro, e trazendo consigo saberes e costumes que se diluíam e propagavam pela cidade liberal de D. Pedro IV.
Era também do Porto que partiam, em mãos cheias de gente, barcos e barcos sem fim rumo ao Brasil, do cais de Massarelos, primeiro, do porto de Leixões, depois. Era a busca por um mundo novo e por uma oportunidade de vida melhor que, em muitos insucessos e partidas definitivas, trouxe, amiúde, regressos endinheirados à Pátria dos “brasileiros de torna-viagem” que pintaram, com as cores fortes e garridas dos azulejos biselados, os palacetes do oriente portuense e as fachadas de muitos casarões minhotos. Estes homens foram também importantes na dinamização da indústria finisecular, não só no Porto mas em todo o Norte, e não só em fábricas de fiação, lã ou tecidos como a de Padronelo em Penafiel, a de Riba d’Ave ou a de Santo Tirso, mas num espectro produtivo alargado.
Nas palavras de Júlio Dinis, o Porto seria, na segunda metade de XIX, uma cidade com 3 caras. A Ocidente: inglesa, de postura fechada e pensamento no comércio com o Norte da Europa, de arquitectura discreta e sustentada nos chalets. A Oriente: brasileira, de forte pendor industrial e coroada por azulejos e clarabóias coloridas, de aposta em investimentos ousados nas novidades tecnológicas. O centro: portuense, genuíno, tradicional e verdadeiro.
O século XX haveria de trazer o crescimento urbano até à Circunvalação, numa primeira fase, e a produção de uma alargada conurbação com os concelhos limítrofes, num período posterior, criando um conceito mais alargado do “sentir portuense”, sustentado no espírito mercantil, burguês e liberal que a cidade sempre assumiu, e ponte de passagem entre todo o Norte de Portugal para a Europa do Norte, para a Galiza e para lá do Atlântico, em particular para o Brasil.
____________________

Notas:
1 - Ai agora
estes dois lembram-se dos Ride. Por aqui, há muito que eles foram lembrados.
2 - Mais um óptimo post do Fitzx no Cromos da Bola, lembrando uma
longínqua noite de Verão, em que eu também participei.
3 - Lamentavelmente a Helena acabou com o
Coriscos. Bolas...
4 - Mais um magnífico texto do JPP no Público. A ler
aqui.
5 - Espreitem a magnífica recolha do BJr no Obvious, do
espólio artístico de A. Hitler.
6 - O Ricardo está de volta! O autor do genial
Perguntar não ofende regressa com Passagem Estreita. A seguir.
7 - Não deixem de ler o blog
O mal está feito, do João Quadros. Entre vários temas divertidíssimos, o meu preferido é o Famosas antepenúltimas palavras. Muito, mas mesmo muito, bom!

Etiquetas:

sexta-feira, abril 13, 2007

Espelho

A muralha gótica do Porto, o elevador e os Guindais, há dois meses atrás, vistos da ponte Luís I.

Supergrass - It's not me

Etiquetas:

quarta-feira, abril 11, 2007

Insularmente

A gaivota que habita sobre o sótão, como eu a vi, junto à janela da paisagem para o Douro.

The Cure - Uyea Sound

Etiquetas:

segunda-feira, abril 09, 2007

Grandes Vinhetas # 13

A primeira vinheta com Gaston Lagaffe, publicada a 28 de Fevereiro de 1957, na revista Spirou..

REM - The Sidewinder Sleeps Tonite

Etiquetas:

sábado, abril 07, 2007

Pós-modernismo
(ou... descubra as diferenças!)

A Haus S, de 2000, em Ludwisburgo, como eu gostaria de a ter visto.

Casa na berma da estrada, na freguesia do Gôve, do concelho de Baião, como eu a vi, em Janeiro de 2006.

GNR - Pós modernos

...Depois da V2 DDT PBX
Ketchup K/7 Kleenex Kitchnet Duplex
Twist again colourfull wonderfull
Chegou o T2-T4 c/garagem pró P2 turbo sound disco sound discussão?
Video-Club joy stick midi high-tech squash & sauna
Compact D (compre aqui?)...

Ser Mãe era a aspiração natural de todo o homem moderno
ser o melhor é normal para os novos pobres deste colégio interno
ter medo é a pulsão fundamental do criador & artista
estar sóbrio é continuar permanecer positivista

---E dantes as máquinas estavam sempre a avariar....

Mas com uns pós modernos nada complicados
sentimo-nos realizados
Ah! Os pós modernos agarram a angústia
e fazem dela uma outra indústria
com os pós modernos nunca ganhamos
mas tambem nada investimos


In: "Psicopátria", GNR 1986

Etiquetas:

quinta-feira, abril 05, 2007

Dead end?

A estação de Campanhã vigiada, ao longe, pelo Monte da Virgem e, de perto, por nós, naquela fria noite de Março.

Pulp - Mile End

Etiquetas:

terça-feira, abril 03, 2007

Gato perdido

A Sé e a antiga casa da câmara, vistas da rua do Ferraz, na companhia de um gato perdido, em 17 de Março 2007.

Catatonia - Lost Cat

Etiquetas: