segunda-feira, julho 30, 2007

Cinematográfico

O cenário portuense como nós o vimos de Gaia, ontem à noite.

Rodrigo Leão - Cinema
Porto à noite

A noite desce... Com que lentidão
Comigo ela se deita!
E luminosos os anúncios vão
Tornar a vida em nós menos estreita.

Em cada rosto esfolha-se uma rosa
E cada ruga já desaparece!
E a carne, a minha carne voluptuosa
Sôfrega vai de encontro a qualquer prece

Voltam as ruas a imitar os rios
(Há quem deslize, às vezes, como um barco...)
Voltam a encher-se os corações vazios
Nesta cidade embandeirada em arco.

Sapek-Adubos; Tagus ou Bonança?
Jardim suspenso cujo aroma diz
Que os homens crescem quando a noite avança
A desprendê-los, quase, da raiz.

Cidade rubra ao longe e, ao perto escura
Gula insaciável de vilanovenses!
De que poetas andas à procura
Se aos meus poemas ávidos pertences?


Pedro Homem de Mello (1974) Ecce Homo
_____________________

A ler:
1 -
Esta carta de Paulo Ventura Araújo, no Dias com Árvores.
2 -
Este post e artigo associado, do presidenciável J. A. Rio Fernandes.
3 -
Este texto de Nuno Markl, com que concordo da primeira à última linha.

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1 Carruagens:

Anonymous Anónimo said...

As imagens nocturnas dão um efeito espectacular e mérito sobretudo para quem assim sabe escolher os enquadramentos.

(antonio)

segunda-feira, julho 30, 2007 10:46:00 da tarde  

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