Lá, no alto.
"Ouviu-se a voz de levar âncora e largar amarras. Simão encostou-se à amurada da nau, com os olhos fitos no mirante."
Camilo Castelo Branco (1862) Amor de Perdição
Camilo Castelo Branco (1862) Amor de Perdição
Alcandorado sobre o Douro, o Palácio das Sereias parece navegar entre o céu e a linha do horizonte.
Lá de cima, de onde se avista o mar e a terra, dois olhos redondos cuidam os incautos e servem de orientação para quem os procura, mesmo que a Bandeirinha tenha há muito desaparecido.
Fantasia e realidade convergem nas escadas graníticas entre o palácio e a Alfândega, que, em tempos, fora dos judeus, agora, é de todos os credos.
As palmeiras e os pinheiros mansos, vegetação meridional, prenunciam o odor a oliveiras e alentam quem navega inseguro rumo ao Atlântico, de vistas presas naquele olhar.
“Zelai pelas vossas vidas!” – parece dizer, lá no alto – “Que eu sou apenas fruto da imaginação barroca, concebida como prima abastada da linha idealizada entre torres, dos Clérigos à Marca!”
Parte o bote com a minha alma apenas (vazio, portanto), rumo a paisagens azuis e águas tranquilas, num qualquer final de Setembro.
A cada vaga que empurra o batel, a cada olhar sobre o ombro caído, a cidade converge num só ponto, primeiro; num só fôlego, depois.
Lá de cima, de onde se avista o mar e a terra, dois olhos redondos cuidam os incautos e servem de orientação para quem os procura, mesmo que a Bandeirinha tenha há muito desaparecido.
Fantasia e realidade convergem nas escadas graníticas entre o palácio e a Alfândega, que, em tempos, fora dos judeus, agora, é de todos os credos.
As palmeiras e os pinheiros mansos, vegetação meridional, prenunciam o odor a oliveiras e alentam quem navega inseguro rumo ao Atlântico, de vistas presas naquele olhar.
“Zelai pelas vossas vidas!” – parece dizer, lá no alto – “Que eu sou apenas fruto da imaginação barroca, concebida como prima abastada da linha idealizada entre torres, dos Clérigos à Marca!”
Parte o bote com a minha alma apenas (vazio, portanto), rumo a paisagens azuis e águas tranquilas, num qualquer final de Setembro.
A cada vaga que empurra o batel, a cada olhar sobre o ombro caído, a cidade converge num só ponto, primeiro; num só fôlego, depois.
Etiquetas: Porto, Psicanálise
5 Carruagens:
Não foi um qualquer final de Setembro, pelo que me lembro foi um muito bom!
REVISITEI ESSAS ESCADAS NO PASSADO SABADO... E NO CIMO ENCONTREI AS SEREIAS GUARDIÃS DA CIDADE DE OUTROS TEMPOS E DO TEMPO QUE POR ELA PASSA SEM NINGUEM DAR CONTA NOS DIAS DE HOJE.
UMM FINAL DE TARDE DE OUTONO, COM ALGUMAS GOTAS DE CHUVA Á MISTURA....
OPTIMO POST
Costumo "viajar" muitas vezes neste comboio... Lá fora (cá dentro), a paisagem não podia ser melhor, o Porto! Então, que nunca mais acabe a viagem... (É o que penso sempre que faço a ligação Campanhã - S.Bento.) Parabéns pelo blogue!
up on the hill, as the day disolves...
Foi muito bom mesmo, Mica!
Obrigado a todos, apareçam sempre por cá!
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